top of page
20230125_Bianchetti__DSC7035-Pano.png

Livro 2

Memórias de Glenio Bianchetti
organizadas por Ailema Bianchetti
1967 – 1979

Este livro abrange um período em que Glenio se firma nacionalmente como o grande artista que é. Seus trabalhos passam a fazer parte do acervo de grandes museus nacionais e tornam-se conhecidos no exterior.

O artista de filiação modernista tem, neste período, um percurso de experimentação e inovação em sua linguagem e em sua técnica. Se no livro anterior se pode pesquisar uma fortuna crítica de pensadores, seus conterrâneos, neste descobrimos textos de grandes articuladores do pensamento sobre ele, de diferentes partes do país e, é claro, em especial do eixo Rio-São Paulo, irradiador da cultura nacional. Convivendo com grandes músicos, atores, artistas visuais e escritores, e vivendo no centro do Brasil mais profundo, em uma cidade futurista, ele que sempre escolheu a temática da vida cotidiana, das coisas ordinárias da vida e do povo (como sempre salientou ser o centro de seu trabalho), agora mergulha em outras paisagens já distantes  do sempre presente horizonte do pampa. Entre elas, figuram, com grande relevância, as cenas, os panoramas e as personagens do sul da Bahia, onde construiu uma casa com ateliê e lá passava temporadas pintando.

Nesse período, sua obra passa a fazer parte de livros sobre o panorama da arte brasileira do século 20. A produção e a exposição de suas obras são intensas, sendo possível notar, a cada ano, as transformações técnicas de seu trabalho que, além da pintura, explora a serigrafia, a litografia e a tapeçaria. Algumas dessas obras podem ser vistas nas várias instituições públicas no Distrito Federal, como Itamaraty, Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Caixa Econômica Federal, entre outros. Seu percurso pode ser verificado na grande quantidade de artigos de jornal presentes neste segundo livro de Ailema Bianchetti. Nesta época, Glenio e Ailema também iniciam uma Open House anual, com os trabalhos do artista, tornando-se um evento tradicional na cidade;  manteve-se viva e muito frequentada até o fim de sua vida. Um belo espaço para encontros dos produtores e apreciadores de cultura.

Em 1976, Ailema, que já era professora de arte em escolas de ensino médio, criou, junto com Maria do Socorro Coutinho e Elmira Hermano, o Centro de Realização Criadora (CRESÇA), uma maravilhosa escola de arte para todas as idades. Glenio passou a dar aulas de Desenho e Pintura para adultos, assim como muitos outros grandes artistas que  lecionaram neste inesquecível lugar de invenção.

É deste período também a realização de um grande mural em afresco, na sede da Comissão de Financiamento da Produção (CFP), com uma cena de trabalhadores rurais que emula as grandes obras de muralistas mexicanos. Mas a marca do artista está lá.

Marília Panitz 

Baixar PDF. Texto Livro 2.

bottom of page