Livros 7 e 8
(póstumo em construção)
Memórias de Glenio Bianchetti
organizadas por Ailema Bianchetti
2010 - 2014
O Livro 7 começa com as repercussões do filme “Glenio Bianchetti”, de Renato Barbieri. A pesquisa e o roteiro foram feitos por um grande amigo do artista, o historiador Victor Leonardi. Não é um filme biográfico. A ideia do diretor e do roteirista era de captar sua lógica de produção e seus espaços de criação, o que o motivava a trabalhar. Assim ele acompanha o embate com as telas no ateliê, na casa em Nova Viçosa e a volta à cidade natal para instalar e inaugurar sua via sacra e as pinturas do altar da Capela de Santa Teresa, além de uma série de depoimentos de pessoas que conviveram com ele.
Há também o contínuo reencontro do Grupo de Bagé, agora nos 200 anos da cidade. A interlocução com os seus pares permanece constante durante toda a vida do artista.
Em 2012, Bianchetti é o artista homenageado no Festival Latino-Americano de Arte e Cultura (FLAAC), um importante evento promovido pela UnB, que reunia artistas e pensadores de todos os países da AL, em sua segunda edição. A tela “Ciranda” era a marca do Festival.
No ano seguinte, o artista se torna Cidadão Honorário de Brasília, e tem uma mostra retrospectiva montada no Espaço Cultural da Câmara Legislativa, além de outra da série “Grandes Mestres”, do Museu de Arte Moderna de Santa Maria. Estas seriam suas últimas mostras. A revista do Jornal Zero Hora, de Porto Alegre, publica, em janeiro de 2014, uma entrevista feita por Francisco Dal Col, intitulada “Desbravador do Cerrado”, que é muito esclarecedora do perfil de Glênio. Lá, ele afirma: Tenho uma saudade lírica e toda especial de Porto Alegre. Em fevereiro, Glenio Bianchetti morre, aos 86 anos.
Assim, o final do Livro 7 e o Livro 8 (em construção) são dedicados aos textos póstumos de homenagem ao mestre e de análise de sua obra. Com sua morte, como costuma acontecer, o meio cultural faz uma avaliação de sua contribuição para a cultura brasileira e, em especial, para a gaúcha e candanga. Assim se tem a noção da importância da obra deste artista discreto, generoso em partilhar seu saber e fiel à essência de seu trabalho, o que ultrapassa sua filiação modernista e torna sua herança atemporal.
O Livro 8 se inicia com uma reportagem feita na casa do artista, onde a família criou a “Casa Atelier Glenio Bianchetti” e pretende criar um Instituto, responsável pela conservação e divulgação de sua obra.
A partir daí, ainda em catalogação, estão as exposições póstumas do artista.
Marília Panitz