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Livro 4

Memórias de Glenio Bianchetti
organizadas por Ailema Bianchetti
1980 – 1989

Este livro acompanha a década de grande reconhecimento da obra do artista, como uma referência da arte figurativa na segunda metade do século 20, no Brasil. Glenio tem obras introduzidas em acervos de importantes  instituições culturais brasileiras. Sua obra, especialmente a feita em gravura – que ele reputava ser uma “arte democrática”, e daí seu interesse por ela – é divulgada em vários eventos. Seu trabalho está presente em importantes livros de teoria e arte, como, por exemplo, o incontornável “Arte para quê?” de Aracy do Amaral e em exposições que discutem a trajetória da gravura no país, como a mostra, promovida pela Funarte,  “A xilogravura na história da arte brasileira”, com curadoria de Paulo Herkenhoff. Em 1984-1985, a Bienal de São Paulo produz uma mostra chamada “Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras” que ocupa todo o prédio da Fundação Bienal. Estão lá a arte dos povos originários, o barroco, os artistas viajantes, a arte de matriz africana, a arte popular, o modernismo em seus diferentes momentos, a arte contemporânea e o design brasileiro. O Clube de Gravura de Porto Alegre também está lá. 

Neste período, a família Bianchetti muda-se para a casa que construiu, com um ateliê em seu mezanino, desenhado para as necessidades do artista. Este será seu ateliê até sua morte. Aí há um espaço para experimentação, para extensão das dimensões. Este é o local de armazenamento das obras e da memória do artista e um ponto de encontro da família, em um fazer artístico coletivo.

Em 1985, depois de muitos anos de espera, é criado o Museu de arte de Brasília (MAB). A obra de Bianchetti passa a integrar o acervo do museu, já na primeira hora. Além de sua importância para a arte nacional e especialmente a de Brasília, sua obra era essencial para se compreender as gerações seguintes de artistas que estavam produzindo na capital.

Glenio volta a manter uma relação constante com a Universidade que deixou depois do Golpe de 64. Afinal, estávamos em anos de distensão, de campanha pela anistia de presos e exilados políticos, de campanha pelas Diretas Já! Participa de eventos no espaço, doa trabalhos seus e participa de exposições. Em 1988, os professores que participaram da demissão coletiva da UnB, em 1965, e os anistiados em 1979, são reintegrados; Glenio volta a dar aulas por um curto espaço de tempo, antes da aposentadoria.

Nos anos 1980, Bianchetti trabalha intensamente com litografia (o que se estende para os anos 90), criando um corpo de obra litográfica significativo e muito conhecido.

Marília Panitz 

Baixar PDF. Texto Livro 4.

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